“Bolsonaro volta a anunciar ‘mudança’ na Petrobras, mas diz que não vai interferir na empresa” – Globo.

O que o “mercado” diz?

A Petrobrás ira quebrar, contratos serão revistos, o mundo acabou”!

Nem tanto.

O impacto será forte, sim. O reajuste deve ser revisto, os caminhoneiros não suportarão.

Ou a União terá que bancar.

Petróleo é uma commodity complexa, mexe, ainda, com uma parcela grande da economia.

E mexe com gente, com caminhoneiro.

Ora, no meio de uma negociação difícil (greve) com os caminhoneiros, seu Presidente dá de ombros e reajusta o diesel em 15%?

Ele queria algo, não? Que loucura é essa?

Bolsonaro (não lhe tenho admiração) não poderia ter tomado outra atitude.

Em 1989 o mundo conheceu uma nova via, o Consenso de Washington.

“O Consenso de Washington não era o único ponto de vista dos economistas, mas era o dominante, tornando difícil que outros fossem ouvidos”. – Banco Mundial.

E, por ser dominante, várias economias sucumbiram. Coréia, Brasil, Argentina, etc.

Os bancos brasileiros, estatais foram, quase todos, privatizados.

Não foram privatizados, foram doados. Mas é outra conversa. Um fato, a gana privatista não parou

A Petrobrás está sendo privatizada aos bifes, a Eletrobrás, tentarão o naco inteiro.

E o que restou ao mercado de capitais senão um viés de que só algo privado é bom?

E não é verdade.

As maiores empresas de petróleo do mundo são estatais.

Diversas estatais brasileiras foram vendidas para estatais de outros países.

Estatais comprando estatais?

Vamos ver outro mercado e a avaliação pelo BBI, o banco de investimentos do Bradesco.

A análise é de 2020.

Sabesp

No setor de saneamento, a Sabesp (SBSP3) é a preferida do Bradesco BBI. Seus analistas avaliam que uma possível privatização ainda não está precificada e estimam preço-alvo em R$ 70. A recomendação para a companhia é ‘outperform’ (desempenho acima da média do mercado).

Sanepar

Analistas do Bradesco BBI atualizaram também as estimativas para a Sanepar (SAPR11). A recomendação é ‘outperform’ (desempenho acima da média do mercado). E o preço-alvo estimado é de R$ 40 (para 2021).

De acordo com o BBI, a estimativa para o papel leva em conta o valuation baixo e o recente anúncio de um reajuste tarifário para este ano.

Copasa

A Copasa (CSMG3) é a companhia com o menor potencial de alta dentre as empresas do setor, avalia o Bradesco BBI. Um dos motivos que fundamenta essa visão é a ausência de progressos em Minas Gerais referentes à privatização. O rating é neutro e o preço-alvo projetado é de R$ 64. – financenews. com

Veja  na analise acima feita pelo BBI, o banco de investimento do Bradesco.

O banco só fala em PRIVATIZAÇÃO e como se fosse uma obrigação e não é.

Sabesp, Copasa e Sanepar vivem muito bem, obrigado.

Claro, há ingerência estatal, o setor é essencial.

Sim, algo deveria ser feito para evitar que um eventual mau governador prejudique ou privatize a empresa na bacia das almas. O governador de Minas Gerais fez isso e condicionou a venda da Copasa a um plebiscito! Claro, o Bradesco não apoia e emite relatório negativo.

O ROIC (retorno sobre capital investido) da Copasa é de 12%. O da Sanepar, 14,5%. O da Sabesp, em torno de 10%.

Mas o Bradesco quer mais, o lucro é a única coisa que importa.

O mundo não funciona assim!

A depender de seus analistas, a Sanepar deveria impor um aumento de quase 30% na tarifa de água em 2021. E o paranaense deveria pagar sem reclamar!

A AGEPAR, agência paranaense, estuda um reajuste com a participação de sua comunidade, um valor que satisfaça empresa, acionistas e a sociedade.

Está errada?

O lucro da Sanepar, apesar do diferimento do reajuste de 2020 e da enorme seca que assolou o Paraná, tal lucro situou-se na casa de bilhão de reais, líquido.

50% acima do lucro da Usiminas, à guisa de comparação. E Usiminas possui uma receita 04 (quatro) vezes maior.

Está ruim?

Para o Bradesco, sim!

O Bradesco quer mais, quer tudo!

E não só o Bradesco, o mercado comprou o mote. E o país se desfaz aos poucos. O pobre, ainda mais pobre. E a classe média definhando por causa de preços públicos abusivos, juros escorchantes e impostos estaduais e municipais “indiscutíveis”. Os impostos federais estão mais comportados, ultimamente.

O que não é necessariamente bom, mas é um outro assunto.

Voltemos ao Bradesco.

Sua taxa de retorno (ROE), média, é de 23%.

A taxa máxima de retorno dos bancos norte-americanos é de 07% (sete por cento).

Há algo errado, não?

Enfim, fuja das analises do Bradesco ou de qualquer banco que insinue que a privatização é a única solução. Não é, necessariamente. Ao contrário, talvez.

Se a CVM fosse mais cautelosa, mais nacionalista (parece que virou palavrão), não permitiria tais análises essencialmente privatistas e como se uma empresa estatal não devesse existir.

O mercado brasileiro não é exemplar.






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